A infertilidade masculina pode estar relacionada à varicocele, ao estilo de vida, como sedentarismo, obesidade e consumo de drogas ilícitas, mas também pode ser afetada pela idade do homem. No próximo dia 15 de julho, o Brasil comemora o Dia do Homem, data importante para alertar o público masculino sobre a necessidade de cuidar da saúde em todas as fases da vida.

Com o avançar da idade do homem, há um declínio natural e gradativo na produção de testosterona. A redução do hormônio testosterona está associada à relevantes consequências para a saúde, como a diminuição na função sexual, energia, função muscular, densidade óssea e comprometimento da função cognitiva.

De acordo com o médico especialista em medicina reprodutiva e associado da SBRA, Matheus Roque, “para avaliar o possível efeito da idade no potencial reprodutivo do homem, é necessário entender o desenvolvimento e amadurecimento do sistema reprodutor masculino normal. A partir do momento em que ele começa a produzir espermatozoides, caso não haja nenhuma patologia associada, esta produção é contínua e tende a diminuir somente após os 40 anos”, afirma.

10 a 19 anos: Em termos reprodutivos, nesta faixa etária pode-se não ter ainda um padrão definitivo com relação à fertilidade futura deste jovem, pois os as glândulas responsáveis ainda estão amadurecendo e a análise do sêmen pode ter resultado subjetivo neste período.

É recomendável a avaliação de fatores que podem estar associados à infertilidade futura nessa fase. “Deve ser avaliado histórico médico prévio e atual. Com a realização do exame físico, é possível avaliar o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, como a presença e distribuição de pelos no corpo e a modificação da voz. Também são analisados o desenvolvimento adequado dos genitais, a consistência e o volume testicular, a posição adequada da uretra e a possibilidade da presença de varicocele”, relata o especialista.

A varicocele é uma doença associada à dilatação de veias que drenam o sangue dos testículos. O diagnóstico é dividido em graus conforme a avaliação feita pelo médico no exame físico e a dilatação dos vasos. Ao ser diagnosticado com a doença e se apresentar, também, alteração no volume testicular, normalmente indica-se correção cirúrgica ao jovem.

20 a 40 anos: Normalmente é nesta faixa etária que iniciam-se as avaliações relacionadas à infertilidade. De maneira geral, quando não existe nenhuma doença associada, esta variação de idade não acarreta grandes modificações no padrão seminal.

O declínio da qualidade seminal neste período está normalmente associada à alguma patologia que possa levar à infertilidade. A principal destas patologias é a varicocele que, por agir como uma doença crônica, pode acarretar um dano progressivo na produção espermática.

Nesta faixa etária, é recomendável a avaliação adequada do homem infértil. Existe uma associação entre infertilidade masculina e câncer de testículo. Homens inférteis apresentam um risco maior de desenvolverem estes tumores quando comparados aos homens férteis. E a faixa etária de maior incidência dos cânceres de testículo está entre os 20-40 anos de idade.

Mais de 40 anos: Ainda não estão definidas as causas da diminuição da fertilidade do homem com o passar dos anos, entretanto existem diversas hipóteses, dentre elas um dano ao DNA espermático, infecções, exposição a agentes poluentes e alterações hormonais com o avançar da idade.

Outro fator a ser considerado nesta faixa etária é a possibilidade destes homens estarem fazendo uso de reposição hormonal com testosterona. “Apesar da testosterona ser fundamental para a produção espermática, seus níveis elevados levam a uma supressão da produção espermática. Assim, a reposição de testosterona pode inibir o processo de espermatogênese e levar a quadros de infertilidade”, explica o médico Matheus Roque.

O avanço da idade também está relacionada à alterações na parte sexual, levando a alterações na função erétil e também na frequência sexual. Estas alterações podem impactar na fertilidade do homem, independente de existirem alterações ou não na qualidade seminal.

Por Larissa Sampaio
Conversa Coletivo de Comunicação Criativa

Fonte: SBRA

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